Calvinistas e arminianos; continuístas e cessacionistas; conservadores e progressistas… muitos são os grupos, as práticas e as crenças que separam os membros do corpo de Cristo. Se ter divergências faz parte da natureza humana, qual seria a forma bíblica de lidar com elas? Promovendo unidade na diversidade ou sectarismo exclusivista? O evangelho de Jesus estimula dissensões e facções em nome da verdade ou será que a proposta de Cristo perpassa um partidarismo cego e extremo entre seus discípulos, conduzindo-os a um ambiente de tolerância, respeito e construções dialógicas, em amor? É o que Gutierres Siqueira responde em Reino dividido.
“O sectarismo talvez seja um dos maiores males do movimento evangélico contemporâneo em todo o mundo. Trata-se de um estado de espírito. É a disposição à intolerância, à intransigência, à polarização e ao fechamento em clubismos. O sectário faz de doutrinas secundárias, bandeiras partidárias, ideologias políticas e divergências denominacionais a causa última de sua existência. Tal visão de mundo, obviamente, não combina com o evangelho de Jesus. O sectário não acredita na unidade do corpo de Cristo; aliás, para o sectário, quem define o corpo de Cristo são os seus termos pessoais. Mas a fé cristã não pode ser confundida com nenhuma tradição — absolutamente nenhuma. Neste livro, faço uma defesa da universalidade da igreja e rejeito o sectarismo. Convido você a fazer o mesmo, em prol da unidade em Cristo Jesus.” (Gutierres Fernandes Siqueira)
“Perceba a sutileza como formamos nossas heresias de estimação. Primeiro, olhamos para o texto bíblico e, como editores, selecionamos o que nos interessa. Depois, observamos a história da interpretação bíblica e escolhemos aqueles intérpretes que mais nos agradam. Mas o editor talentoso não para por aí, ele também seleciona os pensamentos que importam entre os intérpretes que escolheu, eliminando o que for incômodo — e assim também fazemos. Após todos esses recortes, elegemos a nós mesmos como autoridades e sentenciamos: eis a nossa dogmática. Nesse processo, a fé cristã se reduz àquilo que eu acho que interessa. Se isso já não fosse grave, com a minha autoridade, eu mesmo assumo que aquilo ou aquele que ficou de fora não é cristianismo verdadeiro. A decisão de ser um editor é uma decisão que me condena duplamente: reduzo o evangelho e relego o próximo à exclusão.” (Victor Fontana, teólogo presbiteriano e prefaciador)
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